quarta-feira, maio 30, 2012

Aos vitoriosos de 64

Em 2002, antes portanto, de Lula assumir a presidência, o jornalista Janer Cristaldo já avisava sobre o processo de desmoralização e sucateamento das Forças Armadas, e que recentemente teve mais um capítulo com a criação da chamada "(C)omissão da Verdade" ( letra C está em destaque, já que a sua supressão deixa o nome mais condizente com as reais inteções da dita cuja acima).


Por Janer Cristaldo

 Os militares brasileiros costumam gabar-se de ter vencido o confronto que culminou com a chamada Revolução de 64. Graças à ação das Forças Armadas, foram derrotados os comunistas e compagnons de route que tentavam transformar o país em uma Cuba meridional. Três décadas depois, cabe a pergunta: foram?

Nunca foi tão pobre e minguado um 7 de Setembro no Brasil. Na capital federal, por escassez de combustível, apenas quatro blindados fizeram parte do desfile. O grupamento da Força Aérea Brasileira deixou os aviões estacionados e seus pilotos desfilaram a pé. Tampouco houve o tradicional sobrevôo de caças. Já no 25 de agosto, dia do soldado, faltou grana até para o coquetel de praxe e o desfile militar foi cancelado.

Faltasse verba apenas para comemorações, não seria tão grave. Mas as Forças Armadas avisaram o Tribunal Superior Eleitoral que nestas eleições não será fácil atender os pedidos de envio de tropas aos Estados diante da liberação antecipada de 44 mil recrutas no final de julho passado. Esta dispensa foi causada por cortes no Orçamento determinados pelo governo federal. Há algum tempo, os quartéis vinham liberando os recrutas para comerem em casa, já que o rancho andava escasso.

Enquanto o Exército nacional não tem verba sequer para alimentar seus soldados, o presidente Fernando Henrique Cardoso assina uma medida provisória que amplia a definição e os direitos dos anistiados políticos. Servidores públicos civis que foram punidos por adesão a greve serão reintegrados a seus cargos. Políticos, civis e militares que já haviam sido readmitidos poderão pedir indenização financeira à União – hipótese que era vedada na regulamentação da anistia do ano passado. As esquerdas e simpatizantes, que vivem protestando contra o arbítrio das medidas provisórias, contra esta certamente não terão objeções.

Em fevereiro deste ano, a Comissão de Anistia já havia aprovado concessão de indenização de R$ 59,4 mil para o presidente do PT, deputado José Dirceu, por ter sido obrigado a abandonar o País por onze anos, no regime militar. "O Estado brasileiro cassou minha nacionalidade e me baniu do País", afirmou o petista que, entre outras façanhas, trabalhou para os serviços de inteligência cubanos. A verdade é bastante diferente: José Dirceu era preso político e saiu do país em 1969 com mais 14 pessoas em troca da liberdade do embaixador norte-americano Charles Elbrick, seqüestrado por um grupo ligado ao MR-8. Saiu porque quis e mediante outra ação criminosa.

Na época, 2.600 esquerdistas foram beneficiados e sete mil outros pedidos esperavam decisão da comissão. Pela nova regra, passaram a ter direito ao benefício civis e militares atingidos por medidas de exceção desde o início da década de 30 até a promulgação da atual Constituição, em 1988. Ou seja, os pilotos da Força Aérea, marinheiros e fuzileiros navais que em 1964 atentaram contra a nação, serão agora regiamente recompensados por sua desobediência à hierarquia militar. O valor das indenizações pode ser de até R$ 100 mil e a pensão especial mensal de até R$ 10,8 mil – maior salário que pode ser pago com recursos da União. A expectativa do presidente da comissão, no início deste ano, era de que pelo menos 40 mil pessoas apresentassem requerimentos. Mesmo os punidos que não conseguirem provar vínculo com atividade laboral, serão contemplados com 30 salários mínimos para cada ano da punição.

E as vítimas do terror? Cerca de 120 militares foram mortos por militantes de esquerda durante o regime militar. Em janeiro de 2001, o presidente da República em exercício, Marco Maciel, enviou ao Congresso Nacional quatro projetos de lei concedendo pensão especial a vítimas de violência política durante o governo militar. O único vivo a ser beneficiado com uma pensão de R$ 500,00 foi o ex-piloto Orlando Lovecchio Filho, que, em março de 1968 perdeu uma perna, na explosão de uma bomba colocada no Consulado americano, em São Paulo. Lovecchio, que na época tinha 22 anos, estava prestes a tirar o brevê de piloto comercial. Não teve só a perna amputada, mas também sua carreira. Sérgio Ferro, o terrorista que colocou a bomba, vive hoje em Paris, a capital preferida de nove entre dez defensores do proletariado.

Segundo o então secretário de Estado dos Direitos Humanos, José Gregori, a medida não contemplaria os 120 militares mortos, já que eram partes envolvidas em conflito. Além de Lovecchio, abrangeu os herdeiros de mais duas pessoas mortas pelo terror. De carona, entraram no projeto os herdeiros de frei Tito de Alencar Lima, que se suicidou na França em 1974. O suicídio foi debitado a perturbações mentais em decorrência das agressões sofridas em dependências policiais.

Leio no site da Secretaria de Assuntos Legislativos do Congresso, que até junho passado o projeto de indenização a Lovecchio ainda não havia sido aprovado. Quanto à primeira leva de anistiados, estes há muito estão gozando as benesses do regime que pretendiam derrubar. Se terroristas são recompensados, nada mais justo que suas vítimas também o sejam, este é o primeiro raciocínio que nos ocorre. Mas se pensarmos um pouco adiante, logo se revela a ironia da situação. O terror mata e o Estado paga. Traduzindo melhor: o terror mata e você, contribuinte, paga. Pois o Estado nunca paga coisa alguma. Quem paga somos nós.

Foram derrotados os comunistas? O que vemos são seus líderes em prosa e verso cantados, na literatura e no ensino nacionais, ostentando aura de heróis, dando nomes a salas, ruas e rodovias e gozando de gordas aposentadorias. Os militares, que se pretendem vencedores, foram jogados à famosa lata de lixo da História e relegados ao papel de vilões.

Enquanto seu Exército não tem verba sequer para pagar o rancho de recrutas e sua Força Aérea desfila a pé, aos vitoriosos de 64 Fernando Henrique Cardoso confere honras, glória e gordas aposentadorias.

- 09/09/2002

sábado, maio 26, 2012

Cineasta também e gente!

Por Janer Cristaldo
cristaldo.blogspot.com 

Quando ouço falar em cultura, puxo o revólver – teria dito Goebbels. De minha parte, quando ouço falar em cultura nacional, tenho vontade de chamar a polícia. Não chamo porque não vai adiantar nada mesmo. Ainda há pouco, eu falava das corrupções perfeitamente legais. Aquelas das quais ninguém fala, encontradiças no mundo acadêmico e artístico. Artes, no Brasil, virou uma questão de Estado.

Há milhares de escritores que ninguém leria – a começar pelo Machadinho – vendendo milhões de exemplares porque o Estado os empurra nos currículos. Mais milhares de atores encenando peças graças à lei Rouanet. Mas dezenas, senão centenas de cineastas fazendo filmes com o dinheiro do contribuinte. Os filmes não precisam vender. Não precisam nem mesmo ser vistos. O que importa é que o cineasta receba o seu. Claro que os beneficiários de tais benesses não podem dizer a menor palavrinha contra o governo. Stalin sabia disto e cultivava carinhosamente seu plantel de escritores e cineastas.

Leis para isso é o que não falta: lei Rouanet, Lei Mendonça, lei do Audiovisual, Fazcultura, e por aí vai. Por cultura, de modo geral, entendem os pedintes espetáculos, filmes ou publicações ligados ao show business, todos com finalidades lucrativas. É como se o artista - ou agente cultural, como parece soar melhor - mandasse um recado ao contribuinte: "em nome da cultura, me repassa teus impostos, que eu quero passar bem".

Fernando Collor de Mello, o Breve, pode não ter agradado as estruturas nacionais de poder. Mas no dia de sua posse, em 1990, deu uma grande alegria, não só a mim como a todos os contribuintes do país: extinguiu a Embrafilme. De uma penada, acabou com a festa de um setor privado que adora o conforto garantido com o dinheiro do Estado. Isto é, com o dinheiro nosso, já que Estado nada produz e nada ganha. Entre outras, esta terá sido uma das razões de sua queda. A gigolagem cinematográfica permaneceu quatro anos em jejum, mas não perdeu a vocação. Em 1994, através da Lei do Audiovisual, meteram de novo a mão no bolso de quem ganha honestamente seu sustento. O mecenato é tão atraente, que até as redes televisivas já pensam em também meter a mão nesse bolso inexaurível, o do povo, para produzir suas baixarias.

No governo Lula, os gigolôs se tornaram ainda mais ousados. Através do decreto 4.945, publicado na calada do réveillon de 2003, cada uma das 1800 salas de exibição do país foram obrigadas a dedicar 63 dias de sua programação ao cinema nacional. Em 2003, os dias de exibição obrigatória eram 35. A gigolagem conseguiu revogar essa reacionária lei da oferta e da procura para enfiar goela abaixo do espectador seus abacaxis. O que sobra do mercado é reserva dos abacaxis americanos. Só por milagre você hoje consegue ver um filme alemão, italiano ou finlandês.

Em fevereiro de 2010, comentei o projeto de lei do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que estava então prestes a ser examinado na Comissão de Educação do Senado, propondo que os estudantes brasileiros das escolas públicas e privadas assistissem no período de um mês a pelos menos duas horas de filmes nacionais. A medida é de caráter obrigatório.

Rosalba Ciarlini, senadora do DEM, partido tão venal como o PT, deu na época dois pareceres totalmente diferentes sobre o projeto. Em maio daquele ano, defendeu sua rejeição. “Esse tipo de norma, por sua rigidez, conquanto possa servir a interesses diversos e estranhos à escola, pouco ou nada contribui para a melhoria do ensino. Ao contrário, pode diminuir a margem de autonomia e de flexibilidade dos estabelecimentos de ensino".

Em novembro, por ocasião do lançamento de O Filho do Brasil, hagiológio ao analfabeto-mor, a senadora só teve elogios para a proposta, sob a alegação de que a obrigatoriedade das escolas exibirem filmes nacionais "será benéfica para ambos, estudantes e indústria cinematográfica. A produção nacional, com raras exceções, tem qualidade plástica e conteudista irretorquível, diversidade temática e de público-alvo". O que a senadora propunha, no fundo, era a exibição obrigatória de uma ficção sobre o presidente mais analfabeto, mais incoerente, mais mentiroso, mais corrupto e o maior acobertador da corrupção que o Brasil jamais teve em seus dias de república. Mesmo assim, o filme de louvor a Lula deu com os burros n'água.

Pois bem, o projeto infame de Cristóvão Buarque foi agora examinado na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. E acaba de ser aprovado. Segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Onde obviamente será também aprovado.

As artes nacionais, de tão excelentes, vivem hoje de esmolas do poder. Tanto escritores como cineastas, artistas plásticos, atores de teatros, são humildes pedintes de verbas governamentais, que estendem o chapéu ao Planalto. Desde há quatro décadas, não assisto cinema nem teatro nacionais. Poderia eventualmente assistir. Mas além de ingresso gratuito, quero limusine na porta de casa. Afinal, se há anos venho financiando estes parasitas com meus impostos, sem limusine nada feito. E mesmo com limusine, sei lá! Tampouco leio autor cuja leitura seja obrigatória nas escolas. Quer dizer: não leio praticamente nada da literatura que se faz no Brasil.

Esta corrupção, com patrocínio do Legislativo, jornal algum denuncia. Os jornais são cúmplices. Suas páginas abrigam e louvam escritores, atores e artistas que são gigolôs do poder. Que nada valem por suas obras e que só são conhecidos porque impostos a um público indefeso. A União Soviética morreu há duas décadas. E o Brasil continua financiando escritores e artistas venais, como faziam os comunistas no século passado.

A meu ver, o projeto do senador Cristovam Buarque é tímido. Bem que podia ir mais longe. Mais duas horas obrigatórias de teatro nacional. Mais outras duas de Rede Globo. Mais outras tantas de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil. Mais duas de Xuxa e Sílvio Santos. E mais duas – por que não? – de Edir Macedo e R. R. Soares. Isto é Brasil. Isto é brasilidade. Isto é cultura nacional.

Nem só negros querem cotas. Cineasta também é gente.

terça-feira, maio 22, 2012

É hora da Congresso Nacional impedir o golpismo que existe por trás da pressão para Dilma vetar o Código Florestal.

Texto retirado do blog Coturno Noturno

"Hoje, os ex-ministros do Meio Ambiente que construíram, ao longo dos anos, a insegurança jurídica que oprime mais de 5 milhões de produtores rurais assinam um artigo na Folha de São Paulo em que ameaçam a presidente da República, querendo jogar no lixo o esforço e o trabalho do Congresso Nacional na construção de uma nova lei que pacifica o campo brasileiro. Diz o Forum de ex-Ministros do Meio Ambiente, no encerramento do artigo, eivado de mentiras que vêm sendo sistematicamente reproduzidas:
Para tanto, a partir da experiência acumulada no serviço público ao longo de tantos anos, assim como da diversidade de seus membros, o fórum se coloca à disposição para apoiar, da forma que for julgada mais oportuna, a elaboração e tramitação no Legislativo de uma proposta que vise uma política florestal sustentável -e que, portanto, valorize as funções de conservação, de recuperação e de uso econômico do capital natural associado às nossas florestas. 
O que está escrito acima é um golpe no Congresso Nacional. É a tentativa de desqualificar o trabalho de homens dignos como Aldo Rebelo e Moacir Mecheletto. É um ataque frontal à democracia. É uma ameaça ao estado de direito. É destinar ao Parlamento um papel secundário, como de fato foi dado ao longo dos anos na produção de centenas de decretos e medidas provisórias que afundam o Brasil Rural na mais profunda insegurança jurídica. Com a palavra, os parlamentares. Defendam o país, defendam a nossa soberania, defendam o Estado Democrático de Direito. Ou calem-se para sempre, não porque queiram, mas porque serão calados. "

sábado, maio 05, 2012

O que querem dizer os ambientalistas...

Quando os ambientalistas, e os idiotas úteis que os seguem dizem "Vete tudo Dilma" referindo-se ao novo Código Florestal, eles querem dizer: . "Presidente Dilma, empurre milhares de pequenos produtores rurais para as favelas das grandes e torne-os dependentes dos programas sociais do governo . "Presidente Dilma, encareça a comida que chega ao prato do brasileiro" . "Presidente Dilma, impeça que o Brasil continue sendo o celeiro do mundo, para a alegria dos agricultores europeus e norte-americanos" . "Presidente Dilma, entregue a soberania do Brasil às ONGs estrangeiras"

Querem que a Dilma vete o novo Código Florestal?

Este post é para a turma fica emprenhando pelos ouvidos com as ONGs ambientalistas estrangeiras que querem fazendas no 1° mundo e florestas aqui e espalham um monte de mentiras a respeito do novo Código Florestal recentemente aprovado pelo Congresso. Vejam abaixo o depoimento de duas pequenas produtoras rurais que foram da indústria de multas em que se tornou o IBAMA durante o período em que a senadora Marina Silva esteve no Minstério do Meio Ambiente. O veto da presidente Dilma prejudicará milhares de pequenos produtores, como Dona Almerita e Dona Francisca, que serão empurradas à miséria. Entederam agora?