domingo, abril 20, 2008

Leiam abaixo

Caros leitores,

Ultimamente ando sem tempo para escrever e para não deixar meu blog às moscas, reproduzo abaixo algumas das postagens mais interessantes de outros blogs. A série "Pequenos Diálogos" é uma compilação de diversos posts do jornalista e colunista da VEJA Reinaldo Azevedo, onde ele faz um hilário exercício de imaginação ao forjar supostos diálogos entre a ministra da Casa Civil Dilma Roussef e um dos vários jornalistas que se venderam ao lulismo. Já o post intitulado "Desastres Paulistanos" é do jornalista gaúcho Janer Cristaldo, comentando sobre as administrações dos figurões que ocuparam (e o ocupam) o cargo de prefeito de São Paulo, desde quando ele mora lá. Tenham uma boa leitura!

Pequenos Diálogos I

Antes do caso Isabela Nardoni, o assunto mais exposto na imprensa era o dossiê montado pela Casa Civil que continha gastos pessois do ex-presidente FHC e da sua primeira dama Ruth Cardoso. A revista VEJA fez a denúncia e o governo fez de tudo para acobertar. Falou-se em banco de dados, vazamento, acordão no TCU e até de tucanos infiltrados na Casa Civil. Para sustentar essas versões furadas, o governo lançou mão dos diversos jornalistas chapa-branca por aí, que se venderam ao lulismo. O grande jornalista Reinaldo Azevedo imaginou como seriam os diálogos entre a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef e um destes pseudo-jornalista. Leiam e dêem boas risadas...

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31/03/2008
— Ordinário!
— Sim, comandanta!
— Escreva aí que não tem dossiê porcaria nenhuma. É tudo invenção daquela revista.
— Sim, comandanta! Pode deixar. Eu adoro inventar histórias.
— Não minta! Você adora é grana.
E lá vai o coitado: “O dossiê não passa de mais uma invenção etc, etc, etc...”
Aí a versão se desmoraliza.

— Ordinário!
— Pois não, minha gerenta...
— Escreva nessa porcaria aí que fizemos tudo obedecendo a um acórdão do TCU. Mas não mostre o acórdão, hein!? Ou vão saber que é mentira.
— Claro, generala! Eu adoro agasalhar o que existe e inventar o que não existe.
— Tá, tá, deixe de babar na minha sandália, que a baba corrói o couro.
— Desculpe...
— Não encha.


01/04/2008
— Ordinário!
— Sim, Sacerdotisa...
— Escreva aí que a ministra pode ter sido ou vítima de fogo amigo, com petistas incomodados com o seu espetacular sucesso eleitoral, ou, então, de tucanos infiltrados na Casa Civil.
— Mas me diga, Magnânima, uma coisa ou outra? As duas não são contraditórias?
— Que foi? Andou bebendo? Quem disse que é para explicar, tonto? É para confundir...
— Se me permite, Czarina...
— Fale, puxa-saco!
— A gente já deu três versões para o episódio. Os meus trouxas nem perceberam as contradições. Agora a gente vai jogar mais duas na praça?
— E o que é que tem?
— A Sapientíssima não teme que fique um tanto ridículo?
— Eu penso, o governo paga, e você executa.
— Sim, claro, mas...
— Que é? Vai agora se fingir de independente?
— Não, Senhora! Isso nunca! Jamais me ocorreria. Nunca fui. Não seria agora, com a corda no pescoço, né?
— Preste atenção, capacho. Daqui a pouco, o jornalismo será inundado por informações que estamos mandando à CPI, às toneladas, entendeu?
— Acho que não, Mestra...
— Putz, não tinha um sabujo mais esperto para esse trabalho?...
— Ai, que brutalidade...
— Eu explico. Logo aparecem um vinho aqui, uma garrafa de champanhe ali... E dos dois governos, entendeu? Nós vamos demonstrar que os dois governos, Lula e FHC, se igualam. E depois vamos afirmar que tudo não passa de udenismo barato e preconceito contra o governo operário. Afinal, o que interessa está resguardado.
— E o que é que interessa, Estimada Líder?
— Manter o sigilo que foi decretado, sem nem mesmo haver uma lei que o determine, nas contas do Apedeu...
— Cuidado, Mestra!!!
— ...do presidente Lula.
— Nossa! A Poderosa é mesmo daqui ó, verdadeiramente XPTO...
— XPTO? Nossa!
— É que eu sou cafona, minha Dama de Ferro... Completa e irrevogavelmente cafona.

02/04/2008
— Generalíssima!
— Putz! Você de novo!
— Satisfação em vê-la. Vou escrever agora que foi a oposição que fez o dossiê.
— Mas não é isso, Mané. É para dizer que foi a oposição que vazou o dossiê.
— Eu sei, Czarina! Mas os meus leitores são imbecis. Pra eles, não faz diferença “fazer” ou “vazar” dossiê, a senhora entende?
— Bem, desse tipo de sacanagem você entende melhor do que eu. Dá pra soltar a barra da minha calça? Hora dessas, ainda acerto um chute no seu focinho sem querer. Basta ficar de joelhos.
— É que eu não resisto... Gostou ontem do meu evento sobre o PAC?
— O Programa de Aceleração do Crescimento?
— Não! Este nem eu tenho coragem de dizer que funciona.
— Mas precisa. Somos nós que lhe pagamos. E se executarmos a sua dívida?
— Não, Grandiosa, não faça isso...
— Tá, de que PAC você está falando?
— O Programa de Aceleração do Capachismo.
— Nós lhe damos dinheiro é pra isso.
— Agora eu vou me fingir de comentarista lá no blog daquele cara... Ai, eu escrevo cada barbaridade! Vossa Excelência precisava ler...
— É bom mesmo. Porque fingir-se de comentarista no seu já não dá mais. Perceberam que, quando você está puxando o nosso saco, os seus comentaristas desaparecem.
— Então, eu até ia lhe falar a respeito, Comandanta. Eu precisaria de mais uns trocados para pagar uns dois ou três redatores...
— Incrível você. Entra aqui babando no meu sapato e termina pedindo dinheiro.
— Sabe o que é? Isso é da minha natureza...
— Quanto?
— Então, sabe o que é?...

Ainda no dia 2:
— Grande Vestaaaallll, oooiii...
— De novo, Ordinário?
— É...
— Quem tá cuidando daquele pulgueiro?
— A minha patroa.
— Mas ela não estava doente? Não tinha desmaiado ao ler uma poesia?
— Ah, era tudo mentirinha... Foi só pra me fazer de vítima.
— Huuummm... Não tem vergonha de usar a mulher pra isso?
— Não. Eu nunca tenho vergonha. Eu sou sem-vergonha.
— Sei...
— Ela está lá. Sua Santidade...
— Que Santidade, idiota? Eu lá sou papa?
— Então, Episcopisa. Ela é tão esperta! Inventa comentários e depois comenta os comentários que ela mesma comentou, entendeu? A Sapientíssima precisa ver: fica parecendo que eu tenho milhares de leitores...
— Muito interessante. É bom mesmo. Afinal, você custa caro!
— Ah, eu sou danado!
— Ô, nem diga!
— Colou a história do Álvaro Dias?
— Não, Gloriosíssima! Precisamos aumentar a estrutura...
— Sei, mais dinheiro. Já não basta eu garantir o seu emprego?
— Mas precisamos ter uma estrutura profissional. Veja o exemplo do PCC. Precisamos de uma rede.
— Sei, mais dinheiro. De novo isso?
— É...
— Você acha pouco um espeto de quase R$ 5 milhões?
— Não é que é pouco, mas é insuficiente...
— Cê não acha que está exagerando, não?
— Ah, é pela causa, né? A Magnânima sabe: vocês precisam de defesa.
— Faça outro seminário do Programa de Aceleração do Capachismo.
— Ah, vou fazer. Mas, então...
— Então o quê?
— O dinheiro...
— Você não pensa em outra coisa? Não se envergonha?
— Ah, Brilhantíssima e Competentíssima, se eu tivesse vergonha, faria outra coisa, né?
— É verdade. Vou ceder a seu pedido porque você, hoje, foi honesto. De fato, é um grande sem-vergonha.
— Obrigado, Sacerdotisa. Obrigado!

Pequenos Diálogos II

03/04/2008
— Uhuuuu...
— Pelo cavanhaque de Lênin! O que você quer agora? Já não lhe demos o capilé? E olhe que é um capilezão!!!
— Ah, já, Sapientíssima. Sabe o que é? Posso...?
— Tá, beije a minha mão, mas sem babar.
— Eu babo de admiração!
— Amor remunerado tem outro nome, cara... O que você quer?
— Gostou?
— Gostei do quê?
— Da dobradinha! Acho que pegamos eles, doutíssima! Já está todo mundo questionando o Álvaro Dias, a fonte daquela revista malvadinha.
— Pelos furúnculos no traseiro de Marx! Ele não é a fonte.
— Nãããooo? Ai, que aflição!
— Calma, não vá desmaiar. Não tenho paciência pra chilique de homem.
— Ah, não exagere, danadíssima! Então...
— Então as coisas continuam muito ruins pra nós.
— Ai!!! Os meus dez leitores e meus 5 mil comentaristas estavam tão animados...
— É bom não exagerar.
— Mas eu só vim aqui, Esplendorosíssima, para... posso?
— Pô, vai agora querer as minhas balinhas light também?
— Ouvi dizer que coisa light também engorda, Musíssima...
— Idiota! “Musíssima”? Que diabo é isso?
— É que já não encontro mais adjetivos para fazer superlativos. Resolvi apelar aos substantivos. Não sou danado? Eu sou fogo na roupa!
— Ai, como você é insuportavelmente cafona! O que você ia dizer, fala logo e desinfete o ambiente.
— A Gigantíssima viu que ele colaborou bem, né? Eu já havia até adiantado a nossa parceria.
— É, vi, mas nada está resolvido. E preciso saber que...
— Ai, generalíssima, deixe que eu adianto a frase: “É preciso saber que prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Acertei???
— Foooraaaa da minha sala!!!

04/04/2008
— Gigantíssima!
— Fala, aspira!
— Encontramos esta coisa se esgueirando nos corredores. A Sapientíssima conhece?
— Olááá...
— De novo? Conheço, soldado. Pode soltar.
— Ai, bruto! Me largue! Viu? Eu sou amigo dela, tá?
— Amigo porcaria nenhuma! Você é serviçal.
— Ah, sou tão fã desse seu estilo “deixa que eu chuto”...
— Que é? Já mantenho o seu emprego. Você já não paga o que deve. O que mais?
— Então, situação periclitante, né?
— Claro! Vivo cercada de incompetentes...
— Ah, eu fiz a minha parte.
— Pode ficar de pé...
— Não consigo...
— Fez, fez... Adiantou? Taí. Aquela revista solta uma matéria, e olha o estrago!
— Pois é... Tenho um plano.
— Xiii, você não tem plano, cara! Tem é estratégia de assalto.
— Ah, eu aaa-mo seu estilo.
— Fala logo, que eu estou toda empacada aqui.
— Eu acho que a gente precisa substituir o jornalismo investigativo pelo jornalismo de serviços...
— Pelo bigode de Stálin! Que diabo é isso?
— Assim, ó: jornalismo investigativo é o que fazem aquela revistinha e aquele jornaleco; o de serviços é o que eu faço, entendeu?
— Acontece que ninguém dá bola pra você. Adiantou negar o dossiê? Reparou? Você custa muito caro pra render tão pouco. Aliás, eu estou achando que esta nossa proximidade está é me ferrando.
— Ah, mas eu acabei com aquela revistinha, não acabei?
— Deixe de ser tonto! Nem aqui dentro o levam a sério. E quando mudar o governo? A dívida muda junto. E lá vai você puxar o saco do outro...
— Ah, mas o governo não vai mudar, Magnaníssima! Nunca mais. Nun-qui-nha!!!
— Como você é cretino! Falou tudo o que queria?
— Ah, eu iria propor uma seminário assim: PAPAC: Plano de Aceleração do Plano de Aceleração do Crescimento: Uma Pespectiva.
— Esqueça.
— Então tive outra idéia. E se eu deixar esse negócio de dossiê pra lá e começar a atacar o Banco Central?
— Mas você é impiedosamente ridicularizado nos cursos de economia. É usado de exemplo de como o jornalismo pode ser energúmeno. Fazem até um trocadilho com o seu nome que, em inglês, cheira mal pra caramba. Acho a crítica injusta com o jornalismo, já que você, a gente vê, não é jornalista. Nunca vi ninguém que levasse a sério as suas opiniões.
— Ah, a digníssima está sendo injustíssima. Olhe só: fui chamado para dar uma palestra para a Associação Comercial de Xiririca da Serra, para a Federação das Indústrias de São Jose do Mato Dentro, para a Liga das Senhoras de Cabrobó do Livramento. A Valentíssima precisa de ver...
— “Precisa de ver”? Adotou a regência do Apedeu..., digo, do sindicalismo?
— Desculpe-me. A Enormíssima precisa ver. Outro dia, acabei com a política monetária numa palestra em Pirarucu da Pororoca. Nossa! Fiz picadinho do Meirelles.
— Imagino. Ele deve estar arrasado... O que o trouxe aqui?
— Pra ser sincero, grana!
— Mas você já recebeu.
— É, mas surgiram algumas emergências. Eu precisava de...
— Grana viva!
— Isso!
— Já estou ficando com o saco cheio. Eu insisto. Eu acho que esta proximidade está contribuindo pra me ferrar. Mas vá lá... Procure o Marquinho...
— Obrigadíssima!!!
— “Obrigadíssimo!” Você tem de falar “Obrigadíssimo”!!!
— Imagine!!! Eu é que agradeço...

08/04/2008
— Exponencialíssimaaa...
— Que foi? Enlouqueceu? Que palavra é essa?
— Ah, sei lá... Achei que ficaria bom. A Grandíssima sabe que meu vocabulário não alcança a variedade do seu caráter.
— Olha aí, ta molhando...
— Hein? O quê?...
— O tapete. A baba tá molhando o tapete.
— Ah, desculpe. A Generalísima mandou me chamar?
— Mandei. Você viu que a Cartilha Nostra acabou ferrando você, né?
— Como assim, Sapientíssima?
— Ué, você não escreveu que Nino, o Italianinho, não tinha fontes coisa nenhuma, que todas as colunas deles eram pautadas pelo Lobo Mau?
— Uai, a Perfeitíssima sabe como sou: pagando direitinho, basta mandarem, e eu escrevo. Eles mandaram escrever isso daquele Italianinho. E eu escrevi.
— Pois é. Mas a Cartilha Nostra, que, afinal, é nossa, diz que Nino, o Itatalianinho, tem, sim, as fontes. O objetivo da matéria não era ferrar o caçador da anta?
— Ai, meu Deus! E agora? Já sei, tive uma idéia...
— Xiii...
— E se eu começasse a fazer versos?
— O quê???
— É, começo a fazer versos de destruição em massa.
— Isso se houvesse massa, né, babaca?
— É que me faltam recursos, sabe?
— Entendi, eu o chamo aqui para deixar claro que vocês fizeram uma grande besteira, e você, pra variar, tenta levar uma grana viva...
— Ai, Edulcoradíssima, a Gigantíssima também não considera o custo que está sendo negar a existência do dossiê. A minha credibilidade...
— Que credibilidade, mané?
—... Tá, o que me restava de credibilidade foi para o ralo...
— Problema seu. Olhe aqui: tente achar uma boa desculpa lá com os anões. Ou mando executar a sua dívida. Ah... Pelo cavanhaque de Ho Chin Minh!!!
— O que foi, Saradíssima?
— Não esculache! Você babou no meu suéter vermelho...
— Desculpíssima! Desculpíssima!

Desastres paulistanos

Não moro em São Paulo, mas ao acompanhar o noticiário tenho a impressão que o prefeito paulistano parece um Jânio Quadros piorando, se preocupando com problemas pequenos, tipo fachadas e publicidade externa, em detrimento dos grandes problemas da metrópole. Reproduzo abaixo um artigo escrito pelo jornalista Janer Cristaldo, intitulado "Desastres paulistanos", que parece ilustrar bem a situação atual da capital paulista:

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Vivo há quase duas décadas nesta cidade. Não vi, até hoje, prefeito que prestasse. Cheguei aqui, se bem me lembro, nos dias de Paulo Maluf. Entre os muitos crimes que cometeu contra a cidade, está a horrenda via expressa elevada chamada Costa e Silva, mais conhecida como Minhocão. Em cidade onde houvesse qualquer resquício de cidadania, tal monstrengo há muito teria sido demolido. Antes de Maluf, tivemos a Luísa Erundina, que transformou a cidade numa espécie de bazar árabe. Sem falar que, ao liberar as carrocinhas para coleta de lixo, em pleno século XX, fez São Paulo retornar à era da tração animal.

Houve depois Celso Pitta, o criador desse elefante branco chamado Fura-Fila. Sua gestão foi marcada pela corrupção. Depois surgiu Marta Suplicy, que desorganizou completamente o tráfego urbano, com um novo e idiota desenho da malha viária. Mais tarde, José Serra, esta espécie de zumbi sonâmbulo que jamais disse ao que veio. Mas o campeão em incompetência será certamente o atual prefeito, esse tanso chamado Gilberto Kassab.

Um dia cria um corredor para motos. Duas semanas depois, descobre que o corredor para motos é uma péssima idéia e o desmonta. Meses depois, proíbe o tráfego de caminhões na cidade, inclusive os de mudança. Mudanças só poderiam ser feitas aos sábados e domingos. Uma vez ciente da estupidez desta idéia, libera o tráfego dos caminhões de mudança. E assim governa. Para Kassab, São Paulo é um laboratório para experimentação de projetos absurdos.

Passei hoje em meu boteco. Técnicos da prefeitura mediam as dimensões do toldo. Ora, semana passada, vi toldos sendo serrados nos botecos de meu bairro. Pergunto ao Eugênio, meu garçom dileto, o que estava sendo preparado. Mais uma estupidez: todos os toldos de São Paulo devem ser desmontados. Ora, um toldo é algo que não atrapalha ninguém, além de nos proteger da chuva e do sol. Todas as dezenas de milhares de bares da cidade terão de desmontar seus toldos e substituí-los por um outro, retrátil.

Quanto aos mendigos que tomaram posses das ruas, nenhuma providência. Quanto aos flanelinhas que chantageiam nas esquinas os proprietários de carro, muito menos. O mesmo se diga quanto à segurança das ruas. Os moradores que protejam seus prédios, às custas de milhares de empregados, ou que se submetam à sanha dos assaltantes. Quanto aos viciados em crack que infestam o centro da cidade, o prefeito solenemente os ignora e diz que não existem. Os jornais vão até a Cracolândia e os fotografam, fumando suas pedrinhas à luz do dia. Kassab, olímpico, declara à imprensa que nada disso é verdade.

Em compensação, declara guerra aos toldos de bares. A quem aproveita o crime? A meu ver, só aos fabricantes de toldos retráteis. É espantoso ver como os habitantes de uma cidade dinâmica como São Paulo não ofereça resistência aos delírios de uma boneca deslumbrada por seu poder administrativo.