segunda-feira, junho 26, 2006

Onde está a honestidade?

É com muita tristeza que observo que valores como a retidão de caráter não têm sido valorizado por parte das pessoas. Infelizmente, para boa parte delas, o que importa é se dar bem, sem se preocupar com os meios necessários para atingir seus objetivos.
Isto pode ser comprovado com a recente entrevista do autor de novelas Sílvio de Abreu à revista VEJA(ed.1961 de 21/06/2006). Ele se mostrou impressionado com a tolerância dos telespectadores da novela Belíssima, de sua autoria, em relação a personagens de moral duvidosa, como os cafajestes Alberto e André. Já personagens "certinhos" como Cemil e Júlia foram classificados como enfadonhos.
De fato, graças à cultura da malandragem e do jeitinho brasileiro, nossa sociedade sempre foi tolerante com pequenos delitos, como por exemplo, colar nas provas do colégio, falsificar carteirinhas de estudante a fim de pagar mais barato ingressos para shows e cinemas ou obter atestados médicos falsos para justificar uma falta ao trabalho. Ficou imortalizada no país a chamada "Lei de Gérson" em que o importante é levar vantagem em tudo.
O problema é que esta permissividade em relação aos pequenos desvios de conduta gera consequências danosas para a sociedade. Pessoas que agem assim não tem consciência que os danos provocados por seus atos não afetam somente quem eles imaginam prejudicar, mas todos os que agem de forma correta. Os usuários honestas é que pagam a conta daqueles que tentam fraudar companhias de seguro, que pulam catracas de metrô, ou fazem gatos na rede de energia elétrica. Além disso, quando assumem cargos públicos estas pessoas começam a achar que é normal receber propina, fraudar licitações, ou seja, se apropriar do dinheiro público. E com que moral podemos reclamar de políticos corruptos, se no dia-a-dia nossa conduta não é abonadora? Que exemplo podemos dar aos nossos filhos se nossas atitudes não condizem com o que queremos ensinar-lhes? Será na base do "faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço"?
Precisamos resgatar urgentemente nossos ética e honestidades perdidas, devemos aprender que uma pessoa vale pelo seu caráter e que vale a pena ser honesto, ainda que enfrentemos inúmeras dificuldades. Muitos escolhem um caminho "mais fácil", mas depois só encontram sofrimento e remorso, por isso, devemos aprender que a consciência tranquila é o maior bem que nós podemos ter. Faça a sua parte, porque nosso país carece de pessoas íntegras e de exemplos de honestidade.

segunda-feira, junho 19, 2006

Por que escrevo?

Caros leitores! Hoje vou falar um pouquinho de mim, em vez de discorrer sobre um determinado assunto. Vou tentar passar a vocês os motivos de eu dedicar algumas horas por semana para manter este blog, ainda que tenha poucos acessos.
Existem várias razões para eu escrever e eu vou colocá-las aqui, resumidamente, sem obedecer a nenhum critério específico para a ordenação das mesmas:
- Creio que meu interior possa habilitar-me, porque gosto muito de ler e de estar informado sobre as coisas ao meu redor. Além disso tenho uma razoável bagagem cultural e descobri que posso falar sobre os mais determinados assuntos
- Creio eu que tenho um talento para escrever artigos e resenhas. Muitas pessoas já me disseram que eu redijo bem e consigo expor e defender meus argumentos. Pelo menos, os comentários que eu recebi a respeito disto são positivos :) Isto ajuda a suprir, ainda que parcialmente, minha dificuldade de comunicação com as outras pessoas. Já que falando, eu não consigo expressar minhas idéias, posso escrever. É até uma terapia para mim.
- Não escrevo só para mim, mas para as outras pessoas. Não tenho a pretensão de ser um formador de opinião, como o José Simão, Diogo Mainardi, Olavo de Carvalho, e outros articulistas que eu admiro, mas desejo que meus posts despertem a atenção de meus leitores, fazendo-os pensar a respeito e tirar suas conclusões, mesmo que não concordem com o que escrevo.
- Após um bom tempo sendo simpatizante do PT, que eu acreditava ser o único partido verdadeiro no Brasil, desiludido com os rumos que o País tomou após 3 anos de desgoverno Lula, tornei-me adepto do liberalismo e estou convencido de que somente que com um Estado enxuto, que executa só o que é realmente de sua competência, poderemos ter um crescimento econômico sustentável e uma melhoria significativa no padrão de vida dos brasileiros. Assim, aqui também será um espaço para eu divulgar os ideais liberais.
Por enquanto é só o que tenho para dizer, mas pretendo falar um pouco mais de mim em posts futuros. Aguardem!

terça-feira, junho 13, 2006

Ninguém é de ninguém

Nessa semana dos Dia dos Namorados, resolvi escrever sobre o assunto. Observando muitos casais, pude concluir que infelizmente, o que chamamos de amor é, na maioria das vezes, um sentimento egoísta de posse. Nossos parceiros se transformam em objetos com a finalidade de satisfazer nossos desejos, nossas vontades e nossas expectativas.
Nós ainda imaginamos que nossa vida somente será completa quando tivermos alguém do nosso lado que nos ame e nos compreenda e que preencha nosso vazio existencial. Quando julgamos encontrar esta pessoa, nós colocamos sobre ela a obrigação de nos fazer felizes e nos completar. Criamos falsas expectativas, parece que enxergamos o outro com lentes esféricas que distorcem nossa visão e nos impede de ver o companheiro ou a companheira.
Durante a fase inicial da paixão inebriante fazemos inúmeros planos, de casamento, de felicidade eterna, fazemos de tudo para agradar nosso companheiro, e também tomamos muitas decisões precipitadas. Só que o fogo da paixão um dia acaba, daí descobrimos que o príncipe encantado virou sapo e a alma gêmea se transformou em algema. "O que deu errado?" "Porque ele(a) mudou tanto desse jeito? O que eu fiz?", estas e outras perguntas que ficam martelando nossa cabeça quando algo não dá certo em nossas relações amorosas.
O problema é que nos esquecemos que ao nosso lado se encontra um ser humano, com sonhos e vontades , tal como nós e dotada de livre arbítrio, como nós. E por mais que tentemos controlar e anular a pessoa amada, nunca saberemos o que se passa em sua cabeça e nunca conseguiremos controlar o seu íntimo. Portanto, ninguém é de ninguém. Se tivéssemos a consciência disto muitos assassinatos e suicídios seriam evitados.
Então como ter um relacionamento mais agradável e menos conflituoso? Primeiro: lembre-se que tanto você como ele são seres autônomos e independentes. Por isso mesmo, o sucesso de um enlace amoroso não depende só de você. Não viva só para agradar o parceiro, nem exija o mesmo dele, e esqueça essa bobagem de que num relacionamento duas pessoas se transformam em uma. Segundo: esqueça esta história de "se casarem e viverem felizes para sempre". Isto só existe em contos-de-fada. Toda convivência, inevitavelmente gera atritos, por outro lado é uma valiosa oportunidade para aprendemos a negociar, a ceder, a escutar o(a) compannheiro(a). É preciso uma certa dose de camaradagem: às vezes é necessário fingir que não ouviu, fazer de conta que não viu, para que o relacionamento não se desgaste com pequenos desentendimentos. Terceiro: tente compreender seu(sua) parceiro(a). Se coloque no lugar dele(a), e entenda que, como você, ele(a) tem defeitos e limitações. Se ele(a) lhe trair ou lhe abandonar, o problema é dele, não seu. Lembre-se que ele(a) tem livre arbítrio como você. Por fim, se o relacionamento for rompido, não encare isto como se fosse o fim do mundo. A vida continua e você vai encontrar outros amores. Uma vez escutei uma frase bastante sábia, que diz "A compreensão é mais importante que o conhecimento" e isto se aplica muito bem aos relacionamentos.